A sede nacional do Avante, em Belo Horizonte, recebeu um emocionante evento na tarde da última quarta-feira (9/10). Em homenagem ao Outubro Rosa, mês de conscientização em relação à prevenção ao câncer de mama, o Avante Mulher convidou três mulheres que venceram a doença para falar sobre suas histórias de vida e luta pós diagnóstico.
Manuela Rocha, de 39 anos, foi diagnosticada com câncer nas duas mamas e falou sobre os passos que seguiu para se manter forte durante o tratamento. “Foi um diagnóstico muito assustador, recebi como um atestado de óbito”, contou. Hoje, ela dedica o Outubro Rosa à importância do diagnóstico precoce. “Exista vida durante o tratamento e após o câncer. Hoje consigo ver que ele veio para me transformar e remodelar a minha vida”.
Rocha salientou que as leituras positivas ajudaram na mudança de pensamento para combater a depressão e a vitimização em que ela se encontrava pós diagnóstico do câncer. “Foram leituras essenciais para mim, para que eu pudesse começar a traçar um plano de ação para minha vida”. Ela conta que aliou o tratamento à acupuntura, ao mantra hoponopono e a um trabalho de autoestima e espiritualidade.
Após seis meses de tratamento quimioterápico, Manuela se diz grata pelo câncer por ter tido uma oportunidade de despertar para a vida. “Estou viva! Minha cura da alma já aconteceu e agora estou em busca da cura do corpo. O que aprendi com tudo isso é que o câncer é uma doença da alma e por isso é muito importante nos conhecermos”, finalizou.
Ivone Bianchi, servidora pública estadual, 47 anos, falou sobre o diagnóstico que recebeu em 2017. “Estava em depressão e acabei me abandonando. Comecei a sentir um inchaço na mama e procurei um médico e foi quando fui diagnosticada com câncer de mama”, disse. Ela conta que em janeiro do ano em que descobriu a doença, havia sonhado que estava careca, mas nem imaginaria que aquele sonho seria um aviso do que ela enfrentaria meses mais tarde.
“No dia em que fui levar o resultado da biópsia para o médico, fui conversando com Deus pelo caminho e como já imaginava o que estava por vir, pedi a ele que colocasse as pessoas certas no meu caminho e prometi que, ao contrário de quando estava com depressão, não me queixaria. Aceitei a doença e decidi lutar contra ela e me jogar na vida de vez”, disse.
Para ela, a doença serviu para descobrir uma nova vocação. “Depois do término do tratamento, descobri minha missão de vida. Estou cursando Psicologia e tenho certeza de que por meio dela conseguirei ajudar muita gente”, comemorou. Bianchi está sob suspeita de um novo câncer, mas o amor pela vida e o aprendizado que o tratamento trouxe são vistos por onde ela passa. “Não me deixo abalar porque sei que Deus está cuidando de mim e vai continuar colocando as pessoas certas no meu caminho. O câncer me deu oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas e me deu oportunidade de realizar sonhos”, contou.
Finalizando o evento, a advogada Denise Torquato, recebeu seu diagnóstico de câncer de mama aos 32 anos. Ela falou para as presentes sobre as lições que aprendeu durante o tratamento. “Primeiramente, aprendi sobre a importância do amor próprio, porque sem ele não saímos do lugar e vivemos a vida do outro. Também entendi que reclamar não adianta, o que podemos fazer é assumir a autoria da nossa história. Ter paciência também é essencial, pois existem coisas que não estão ao nosso alcance. E, por fim, aprendi a valorizar as pessoas que estão ao meu redor, porque são elas que fazem a vida ter sentido”, enumerou.
Com palavras de ânimo e superação, Torquato lembrou que a doença não define a história de uma pessoa e é apenas uma página na vida dela. “O câncer não é o fim da vida, existe vida após a doença. E não devemos associar a perda de pessoas para essa doença como um fracasso, porque elas foram guerreiras até onde puderam e deixaram um legado incrível para quem ficou aqui”, finalizou.